quinta-feira, 28 de abril de 2016

Abrasel é contra projeto de lei que obriga água gratuita em restaurantes



Para a entidade, o projeto polêmico, que já está em análise, trará custos desnecessários para empreendimentos que estão sofrendo com a crise econômica brasileira

Recentemente, a vereadora de Curitiba Julieta Reis apresentou o Projeto de Lei Ordinária nº 005.00163.2015, que obriga bares e restaurantes a fornecerem água gratuitamente aos clientes. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Paraná (Abrasel – PR), o projeto, se aprovado, será prejudicial ao setor que emprega diretamente 72 mil pessoas na capital paranaense.

De acordo com a Abrasel, 90% dos negócios de alimentação fora do lar são microempresas ou empresas familiares, que dependem da movimentação financeira para o seu próprio sustento. “A partir do momento em que a água filtrada é um serviço obrigatório, entende-se que a venda de sucos e outras bebidas, grandes fontes de renda desses empreendimentos, sofrerá declínio”, detalha a presidente da Abrasel – PR, Jilcy Rink.

Para a entidade, o estabelecimento de alimentação fora do lar não se restringe a apenas vender a alimentação e a bebida, mas tem como ponto fundamental o serviço ao cliente. Nesse aspecto, ao servir uma bebida gratuitamente ao cliente, vários custos para manter o estabelecimento funcionando estão sendo negligenciados, como o custo de mão de obra, a qualificação desta mão de obra e de infraestrutura.

“A partir desta obrigação, o empresário pensa diretamente no risco de ter seu estabelecimento transformado em local público para reuniões profissionais e pessoais, utilizando toda a estrutura que oferece em troca de um copo de água gratuito. Para a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, fornecer água gratuitamente deveria continuar sendo uma opção e não uma obrigação”, comenta Jilcy Rink.

Além disso, a presidente da Abrasel – PR explica que é preciso levar em consideração, também, que a atual conjuntura econômica não é a mais favorável ao setor, que está passando por crise, fechando muitas portas e demitindo muitos funcionários. “Todos estão executando verdadeiras engenharias financeiras para poder se manter abertos, cortando custos e aumentando produtividade e rentabilidade. Neste momento, este projeto de lei em questão pode tornar-se o empurrão que faltava para levar muitas empresas ao abismo”, completa.

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