sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Clube Curitibano ganhará nova sede projetada pela Arqbox



Projeto foi selecionado entre 17 propostas e se destaca pela tecnologia, eco-eficiência e flexibilidade dos espaços.

Com um projeto contemporâneo e com tecnologia aplicada para eco-eficiência em todas as etapas de produção, a nova sede do Clube Curitibano criada pela Arqbox possui a versatilidade como um dos pontos fortes. Em concurso fechado promovido pelo Clube entre escritórios de arquitetura de Curitiba, a equipe liderada por Jacksson Depoli e Michelle Schneider, que já possui projetos relevantes em seu portfólio como o Parque Costaneira do Paraguai e o Museu da Ciência e Tecnologia da FIEP-PR, se sobressaiu às demais visto que foi escolhida por unanimidade pela comissão julgadora e mais de 60% dos votos dos sócios.

O projeto para a nova sede do Clube Curitibano, na Rua Jacarezinho, 1303, buscou o melhor uso do espaço existente para os sócios. A proposta previu a plena convivência de famílias e amigos em amplos espaços de lazer, cultura e esporte. “Mesmo Com as limitações de construção no terreno e de condicionantes, como o bosque de araucárias, aproveitamos os espaços tornando-os flexíveis em seu uso. A entrada principal pela Rua Jacarezinho é margeada pelo bosque de araucárias, onde fica uma possível área de atividades ao ar de livre e de lazer infantil”, comenta Jacksson.

VERSATILIDADE E ECO-EFICIÊNCIA

O início das obras está previsto para 2015, e será realizado em três etapas. O programa maior que contempla áreas sociais, setor de piscinas, estacionamento, restaurante, academia e quadra de futebol, foi proposto para a primeira etapa. A segunda fase prevê a cobertura da quadra de futebol e implantação das demais áreas esportivas, como quadras de vôlei de praia e quadras poliesportivas. Na terceira e última etapa, serão construídos o clube de tiro e o centro de estética, além da ampliação do estacionamento. Um dos maiores desafios foi encontrar uma solução dentro dos parâmetros construtivos do terreno e que atendesse o extenso programa de necessidades do Clube Curitibano. “Criamos um equilíbrio entre estes dois pontos e, como resultado, temos um edifício que interfere o mínimo em seu entorno e, ao mesmo tempo, comporta todo o programa e aspirações para a nova sede”, esclarece Michelle.

Além disso, o aspecto plástico do edifício traz modernidade com sobriedade. Diferencia-se das edificações típicas residenciais e comerciais, sem prejuízo à sua relação com o contexto local. “O edifício se comporta como uma escultura branca, um monobloco icônico com design atemporal, que pode perdurar por longos anos evitando devaneios de tendências passageiras. Apostamos na tecnologia mais econômica e duradoura do concreto armado, para a estrutura, e do revestimento da fachada, uma manta têxtil perfurada, de composição modular e executada na fábrica. Isso evita a produção de resíduos sólidos na obra e o desperdício de material. O concreto é um material teoricamente menos sustentável que o aço, mas que possui um custo bem inferior – o que era uma demanda do clube”, explica Jacksson. O edifício mostra a colaboração entre sistema de construção local que possibilita redução de custos e rapidez da execução, e estratégias de conforto ambiental, com destaque para o uso de fachadas ventiladas que permitem a plena circulação do ar na maioria dos ambientes internos.

O total da área construída será de 22.036,00 m² ao fim das três etapas, em um terreno de 12.650,60 m² de área.


Veja alguns destaques do projeto:

AMBIENTES VERSÁTEIS – alguns espaços, como o campo de futebol interno, será localizado no pavimento térreo com possibilidade de se tornar uma área de eventos, convenções, feiras e shows para até 1.500 pessoas. No térreo, o restaurante foi locado logo na entrada para proporcionar a flexibilidade de seu uso, ora privativo do clube ora aberto à comunidade. Escadarias conectam o hall aos ambientes internos e foram pensadas com especial atenção aos fluxos e à acessibilidade de todos os usuários, também garantida por dois elevadores. A conexão visual é estabelecida por grandes aberturas e por um átrio oblíquo, que aproveita a incidência solar.

FACHADA VENTILADA TÊXTIL – Todo o edifício será envolvido por uma fachada ventilada têxtil. Esse “vestido branco” é feito de um material leve com microperfurações que filtra os raios solares e permite que a luminosidade acesse a edificação economizando em energia elétrica tanto para as lâmpadas, quanto para climatização. É um tipo de fachada usado em larga escala na Europa e esta começando entrar no Brasil. De todos os ambientes é possível ver o exterior, mas para realçar a ligação com o espaço urbano foram definidos rasgos na fachada, permitindo ao usuário o desfrute do espaço externo, naquele momento, dos pontos referenciais do entorno. Outro diferencial da fachada têxtil é que permite jogo de luzes e também projeções em ocasiões especiais.

ECONOMICAMENTE VIÁVEL, ECOLOGICAMENTE EFICIENTE - O baixo custo do metro quadrado é possível utilizando-se a estrutura correta, no caso o concreto pré-fabricado. Além disso, foram escolhidas tecnologias que se pagam ao longo do tempo, tanto pela economia de manutenção quanto pelo ganho energético. Assim como, a flexibilidade dos espaços permite que atendam diferentes tipos de usos, fazendo com que tenham uma ocupação contínua.

As soluções de conforto ambiental se originaram logo na concepção inicial do projeto, avaliadas por meio do software Ecotech. Foram previstos sistemas e dispositivos para o amplo aproveitamento da ventilação natural, para proteção da insolação excessiva e para o controle climático de temperatura e de umidade. No pavimento térreo, uma extensa área de sombreamento com circulação cruzada garante a climatização. A ventilação natural nos outros pavimentos é proporcionada pela fachada ventilada com microperfurações, tecnologia com melhor custo-benefício do mercado. A fachada ventilada é composta por duas camadas: a interna de alumínio com esquadria máximo-ar e vidro incolor e a externa composta por uma membrana têxtil microperfurada, na cor branco gelo.

A proposta de construção com sistema moldado in loco é uma estratégia de eco-eficiência. Além disso, a implantação de sistemas de captação e reuso de águas pluviais, a racionalização dos sistemas de infraestrutura predial e a utilização de sistema de captação solar com placas fotovoltaicas contribuem positivamente para o processo de certificação AQUA – Alta Qualidade Ambiental, promovido pela Fundação Vanzolini e Inmetro.



Ficha técnica:

Autores:

Arq. Jacksson Depoli

Arq. Michelle Schneider

Arq. Vivian Brune



Colaboradores:

Arq. Daniel Olivares (Arquitetura/ Edição e Diagramação)

Eng. Charles Jaster (Estrutura)

Eng. Daniel Gargiulo (Fachadas Ventiladas)

Eng. Jeferson Oliveira (Orçamento/ Meio Ambiente)

Eng. Marcelo Azuma (Sistemas Complementares)



Estagiárias:

Gláucia Silva

Isabela Paredes

Stephanie Heinrichs



Arqbox Arquitetura

www.studioarqbox.com.br

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