sexta-feira, 8 de maio de 2015

Zilda Arns será homenageada em Curitiba no Dia das Mães



O Crematório Vaticano de Curitiba realiza, no dia 10 de maio, uma homenagem à Doutora Zilda Arns Neumann. A homenagem faz parte de um evento de Dia das Mães, e Zilda Arns foi escolhida para representar todas as mães já falecidas. A cerimônia, celebrada por um padre e um pastor, segue das 9 horas às 11 horas e, além da homenagem, apresentará a história de como surgiu a comemoração do Dia das Mães, terá revoada de pombos, soltura de balões e apresentação de violino.

“Falaremos da trajetória dessa mulher que irá representar as mães já falecidas. Como não podemos homenagear uma por uma, escolhemos alguém que as represente, e ninguém melhor que a Dra. Zilda, que fez muito no cuidado das crianças e mães no Brasil”, destaca Mylena Cooper, diretora do Crematório Vaticano. A apresentação trará uma linha do tempo da história de Zilda Arns com fotos e fragmentos do último discurso dela, feito minutos antes da tragédia que tirou sua vida em 2010, em um terremoto no Haiti.

Nascida 25 de agosto de 1934 em Forquilhinha, no Sul de Santa Catarina, Zilda foi a décima segunda numa família de 13 filhos. A religiosidade era tão forte nos Arns que três irmãs tornaram-se religiosas e dois irmãos, freis franciscanos. Aos dez anos, Zilda mudou-se para Curitiba para continuar os estudos. Foi em Curitiba também que ela se casou, teve seis filhos e constituiu carreira.

Aos 19 anos, Zilda foi aprovada no curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná. Durante o curso, realizou estágios voluntários no Hospital Nossa Senhora das Graças e no Hospital de Crianças César Pernetta. Formou-se em 1959, fez cursos de especialização e tornou-se pediatra e sanitarista.

Antes de fundar a Pastoral da Criança, em 1983, Dra. Zilda atuou em diversos projetos como funcionária da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, entre eles a campanha de vacinação contra poliomielite. Esse percurso lhe rendeu experiência na área de saúde pública e influenciou suas escolhas para o desenvolvimento da metodologia que mais tarde usaria na Pastoral da Criança.

“Quando trabalhava como médica no Hospital de Crianças, em Curitiba, atendendo todos os dias crianças de famílias pobres, escutava as mães falarem que gostavam de consultar comigo porque aprendiam a cuidar melhor de seus filhos. Senti, por toda essa experiência profissional e de vida, que este trabalho para a redução da mortalidade infantil [na Pastoral da Criança] seria bem sucedido”, declarou. Além do trabalho conhecido com as crianças e gestantes, em 2004 Dra. Zilda também se envolveu com a causa da terceira idade, quando passou a coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa.

Em 12 de janeiro de 2010, o Haiti, país mais pobre da América, sofreu um terremoto que devastou a capital, Porto Príncipe. Mais de 220 mil pessoas morreram, 300 mil ficaram feridas e 1,3 milhão ficaram desabrigadas. Entre os 21 brasileiros mortos na catástrofe estava Zilda Arns, com 75 anos, em viagem ao País para expansão da Pastoral da Criança Internacional. A última fotografia dela foi tirada pouco mais de uma hora antes do terremoto, e na imagem Zilda aparece ensinando a famosa receita do soro caseiro.

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