quinta-feira, 18 de outubro de 2018

5 motivos para ser boteco: as razões que tornam um bar clássico

A cerveja gelada é um dos itens indispensáveis para um boteco clássico


Dono do Quermesse, em Curitiba, José Araújo Neto elenca as características principais de um dos lugares prediletos dos brasileiros


Uma instituição nacional, tão representativa quanto o samba e o futebol. É difícil alguém que, adulto, não tenha pisado em pelo menos um na vida. No gênero clássico está a graça: música, amigos e cerveja gelada. É claro, estamos falando do boteco, um conjunto de elementos que na sua essência é simples e prazeroso, assim como a vida deve ser.
Despojado de qualquer formalidade, quem visita o Quermesse, em Curitiba, sabe que se trata de uma espécie em extinção: o boteco clássico, que traz consigo uma receita de anos no cardápio, que você só encontra ali; o garçom de anos, que sequer anota o pedido pois o memoriza; a música alta na medida certa pra manter a conversa. Mas será que é só isso que representa? Na avaliação de José Araújo Neto, que toca o espaço desde 2009, existe qualquer coisa de especial em um espaço que nunca adere aos modismos, mas nunca sai de moda.
Se sentir bem-vindo
Um ambiente de boteco clássico nunca deve soar pretensioso, apenas transmitir o que é. “O ambiente foi criado de maneira a remeter nossos clientes às festas de quermesse do interior e de antigamente, lembranças coloridas e alegres assim como o local”, detalha Neto. “Certa vez, fizemos uma adaptação livre de um famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, ‘Casa Arrumada’, para divulgar o que acreditamos ser a essência de um boteco como o Quermesse: ‘boteco tem que ser boteco e não centro cirúrgico, cenário de novela. Eu prefiro ir a um onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida!’”
Cardápio com história pra contar
Não importa a inspiração, seja ela da vivência ou com influências diversas, o cardápio de um boteco tem que sintetizar uma história. Ao contrário de ser descritivo, o nome de um prato ou petisco deve transmitir uma sensação, do contrário se torna vazio. “No Quermesse, apostamos na curadoria da minha mãe, Karla Manfredini, que com a experiência de 18 anos como chef agregou muito a essa proposta. Junto à cozinheira Tia Anísia, ela compôs um cardápio abrangente e com influência forte regional, justamente para reforçar a marca nos pratos”.
Cerveja de garrafa
Não há discussão: a cerveja é a alma do boteco. Ao redor de uma mesa cheia de garrafas, há a certeza de uma conversa longa, divertida e cheia de história pra contar. “A cerveja de garrafa, não importa o sabor, representa a aproximação de pessoas e descontração”, define Neto. “Temos uma premissa de sempre oferecer, inclusive, um balde de cerveja com bastante gelo. Isso facilita o consumo das pessoas e permite maior agilidade para os garçons atenderem”.
Petiscos coletivos de qualidade
De que vale beber bem e na hora da fome não ter uma comida de qualidade? Pensando nisso, um boteco clássico tem aquela receita com ingrediente secreto, cujo sabor é especial de lá. A mãe de Neto, Karla Manfredini, fez isso no Quermesse: com a ajuda de Tia Anísia, petiscos como a Carne de Onça, Iscas de Mignon, Frango Mafioso e o Bife Sujo de Alcatra se tornaram marca registrada do espaço. “A ideia do petisco, diferente do prato, é permitir a você comer algo gostoso em um ambiente mais social: levantar da mesa, beliscar o prato e continuar conversando e curtindo um som ambiente”, destaca Neto.
Política no “fio do bigode”
Antigamente, os negócios eram feitos “no fio do bigode”. Essa expressão, segundo historiadores, surgiu em uma época que dar a garantia da sua palavra representava tirar um fio da própria barba, como prova de confiança: o bigode, naquela época, era uma representação de masculinidade. “Hoje, essa expressão se aplica à forma que lidamos com nossos clientes”, reflete Neto. “Não há nada pior que se sentir observado ou que estão desconfiando, em um espaço. Aqui no Quermesse, a proposta é deixar você livre para pagar no momento que quiser, se deslocar livremente e curtir sem preocupações um espaço agradável”.

Sobre o Quermesse
Inaugurado em 2009 por José Araújo Neto, o Quermesse é um ambiente temático: remete às tradicionais festas de igreja, porém busca também remeter à nostalgia e às regionalidades. Amplo e aconchegante, o espaço tem capacidade para 300 pessoas e um cardápio elaborado pela chef Karla Manfredini e cozinhado pela Tia Anísia, especialista em pratos regionais e petiscos tradicionais. Por isso, o Quermesse é referência em comer com qualidade e curtir com os amigos um boteco clássico.

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