Com a queda das temperaturas, a vontade de sair de casa para manter a rotina de atividades físicas diminui. No entanto, embora pareça mais desafiador se exercitar durante o inverno, o gasto calórico é maior comparado aos dias mais quentes. Além disso, é importante lembrar dos inúmeros benefícios para a saúde que a prática regular de exercícios proporciona, o que torna essencial continuar ativo mesmo nos dias mais frios.
Mesmo durante o inverno é importante não parar com as atividades físicas. Para o coordenador técnico da UPX Sports e do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Zair Cândido, é possível se movimentar até mesmo dentro de casa, quando as temperaturas não encorajam a sair. “Você pode fazer alguns treinos de atividades funcionais, de mobilidade articular e até mesmo treinos de alta intensidade, desde que, obviamente, monitorados por algum profissional de educação física. Em uma área de 2m², com um colchonete e alguns acessórios, como elásticos e outros elementos, dá para ter uma rotina bem eficiente”, afirma.
Além dos exercícios adaptados para serem realizados em casa, há algumas opções para quem deseja continuar com a rotina de exercícios durante os meses mais frios do ano. Boa parte das academias e clubes tem infraestrutura adequada para o bem-estar dos frequentadores. Além disso, procurar treinos on-line, que possam ser feitos na academia do condomínio, por exemplo, é outra forma de continuar ativo.
Por que é tão difícil se exercitar no frio?
Colocar-se em movimento pode até parecer mais difícil no frio e isso tem a ver com o próprio funcionamento do organismo. Em temperaturas mais baixas, pontos como a energia, o metabolismo e o armazenamento de gordura sofrem alterações em prol da sobrevivência e da autopreservação. No entanto, esses pontos podem ser driblados com as adaptações necessárias. “A questão do frio é muito psicológica. Se você tiver uma vestimenta adequada, é possível fazer atividades no frio. É uma questão de conforto, o obstáculo é sair da inércia e começar a se movimentar. Se pensarmos nos países do hemisfério norte, praticamente 80% do ano são com temperaturas abaixo de 10ºC. Mesmo assim, as pessoas praticam muita atividade externa”, pontua.
Como se adaptar?
Em temperaturas muito baixas, o corpo demora mais para atingir a temperatura ideal de funcionamento. “Essa temperatura ideal faz com que nossas enzimas, que processam todas as reações metabólicas dos músculos durante a atividade física, e outras variáveis, que interferem na resposta da atividade física, funcionem melhor”, explica o especialista. Portanto, pode ser preciso fazer um aquecimento adequado, o que ajuda a preservar músculos e tendões e evitar lesões. Por outro lado, o frio reduz a perda de líquido pela sudorese, o que ajuda no rendimento da atividade.
Usar roupas apropriadas é vital para praticar exercícios no frio. Vestimentas que mantenham o corpo aquecido, como luvas e meias especiais, ajudam a proteger as extremidades, que são mais suscetíveis ao frio. Manter o corpo aquecido durante todo o treino é essencial para evitar quedas bruscas de temperatura corporal. A hidratação também não pode ser deixada de lado. “Caso você comece a sentir muito frio, o ideal é parar a atividade, se agasalhar, tomar um banho quente, hidratar-se e se alimentar. Isso porque esse pode ser um sinal de hipotermia, o que deve ser evitado”, detalha. Para reduzir o risco, tente usar luvas e meias especiais, protegendo as partes distais do corpo, que sofrem mais com o frio.
Dentro de casa
Caso frequentar academias ou clubes não seja uma opção, os treinos em casa podem ser uma excelente alternativa. Muitos profissionais de educação física disponibilizam blogs e treinos on-line que podem ser seguidos no conforto do lar. Exercícios funcionais, de mobilidade articular e treinos de alta intensidade podem ser realizados em uma área pequena, utilizando apenas um colchonete e alguns acessórios, como elásticos. Mas atenção: é fundamental que esses treinos sejam monitorados por um profissional para garantir sua segurança e eficácia.
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