segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Cuidado com a higiene bucal é um hábito que vem de casa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população de todo o mundo sofre com doenças bucais, sendo a cárie a mais comum, afetando mais de 2 milhões de indivíduos. Só em crianças com dentes decíduos (popularmente conhecidos como dentes de leite), a cárie acomete 514 milhões de pequeninos. No Brasil, apesar de o Ministério da Saúde divulgar uma melhora no índice de crianças sem cárie, que passou de 46,6%, em 2010, para 53,17%, em 2023, o tema ainda merece atenção.
Como alerta a dentista e responsável técnica do Centro Odontológico São Lourenço, Barbara Garcia Haensch, em Curitiba, mudar esse cenário e reduzir continuamente esses percentuais é um trabalho que começa dentro de casa. “Os pais e cuidadores precisam ser exemplo, estimulando a escovação correta depois de todas as refeições e incentivando que os pequenos sejam responsáveis por cuidar dos seus dentinhos”.
A especialista ainda ressalta a importância da ingestão de água nesse processo de cuidados. A saliva, que atua, por exemplo, na limpeza dos dentes e manutenção do pH bucal, é formada 95% por água. “Portanto, pouco consumo de água significa pouca salivação, o que gera mau hálito e aumenta a probabilidade do aparecimento de doenças, como a cárie”, explica.
Outro ponto que merece atenção é a alimentação. “É preciso controlar o consumo de doces, alimentos muito calóricos e ultraprocessados que são conhecidos por contribuir com os problemas bucais”, reforça Barbara, que completa: “Todos esses cuidados são essenciais, mas, não dispensam a necessidade da consulta de rotina. As crianças precisam se sentir à vontade no ambiente odontológico desde cedo e o seu desenvolvimento dentário deve ser acompanhado por um profissional”.
Quando desconfiar que é cárie?
Dor de dente recorrente, muita sensibilidade, especialmente na mastigação de alimentos quentes ou gelados, gengivas inchadas, aparecimento de manchas nos dentes, às vezes acompanhadas por furos visíveis, e mau hálito são alguns dos sintomas mais comuns da cárie.
Na fase inicial, esses sinais podem não aparecer, por isso, ao menor indício de um desses sintomas, procurar um dentista é fundamental. “Quanto antes o diagnóstico se confirmar e o tratamento iniciar, complicações como dores intensas, infecções bucais mais graves ou até mesmo a perda de dentes podem ser evitadas e mais rápido ocorrerá a recuperação”, comenta Barbara.
5 dicas para o cuidado com a higiene bucal das crianças
Para ajudar os pais na tarefa de incentivar que os pequenos cuidem de seus dentinhos desde cedo, a dentista Barbara Garcia Haensch elencou cinco dicas para a família na Semana da Saúde Bucal. Confira:
1. Crie o hábito de escovar os dentes diariamente
A escovação é um hábito que precisa ser inserido na rotina das crianças desde muito cedo. Estimule esse momento de autocuidado, mostrando à criança como ela deve fazer, explicando que essa tarefa é necessária e importante para a saúde bucal. O ideal é que os dentes sejam escovados, pelo menos, três vezes ao dia.
2. Priorize uma alimentação saudável
Ofereça às crianças alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras e carnes. Evite o excesso de açúcar e amido, pois eles produzem os ácidos que formam a placa bacteriana causadora da cárie.
3. Escolha o creme dental e a escova certos para a sua criança
Opte por um creme dental com flúor, uma substância importante na prevenção da cárie. Mas, atente-se à proporção correta para os pequenos, que deve ser entre 1.000 e 1.500 ppm. A escova deve ter cerdas macias, cabeça pequena, para alcançar até o último dente da boca, e uma haste adequada para o tamanho da mão da criança.
4. Mantenha em dia as consultas ao dentista
Mesmo que não haja problemas aparentes, manter as consultas de rotina na agenda é importante para que o dentista acompanhe o desenvolvimento dentário e oriente nos cuidados. Pelo menos uma vez por ano, leve seu pequeno ao dentista.
5. Dê o exemplo
Crianças aprendem pela observação e imitam os seus cuidadores, por isso, dar o exemplo pode ser mais eficaz do que somente falar. Uma boa ideia é que a higiene bucal do adulto seja feita, sempre que possível, junto com a da criança. Assim, a família toda torna esse momento de cuidado um hábito diário.
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