quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Outubro Rosa: Atitudes simples diminuem incidência do câncer de mama



Apesar dos constantes alertas, risco da doença aumenta após os 50 anos

De acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com mudanças de hábitos alimentares e práticas saudáveis. Entre elas estão a alimentação adequada (ex: dieta mediterrânea), a prática de atividade física regular, manutenção do peso, não fumar e não consumir bebidas alcoólicas. "Amamentar também é um importante fator de proteção", destaca o mastologista Vinicius Milani Budel, do Hospital VITA.

A campanha Outubro Rosa divulga em todo o mundo a importância do autoexame, alerta sobre a necessidade de as mulheres realizarem exames preventivos e traz também novos dados para a população sobre o câncer de mama. A doença é o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres (o primeiro é o câncer de pele não melanoma).

Detecção precoce - O médico explica que, quanto antes a doença for detectada, melhor é o seu prognóstico. "O diagnóstico precoce aumenta a possibilidade de cura e do tratamento conservador, que preserva a condição da mama. Daí a importância da informação, do acompanhamento médico especializado e dos exames preventivos, como a mamografia que é solicitada conforme o fator de risco individual, alerta Budel.

Autoexame - Segundo o especialista, deve ser realizado mensalmente pelas mulheres a partir dos 20 anos, como complemento a outras formas de avaliação. O autoexame permite a detecção de alterações, que devem servir de alerta para uma consulta especializada.

Exame Clínico das Mamas - Pode detectar tumores de até um centímetro, se superficial. "Deve ser feito anualmente pelas mulheres a partir de 35 anos, ou mais novas, se estiverem nos grupos de risco", destaca.

Mamografia - Segundo Budel, a radiografia da mama permite a detecção precoce do câncer, pois mostra lesões em fase inicial, que medem apenas milímetros. Aconselha-se que mulheres a partir dos 50 anos realizem anualmente, ou conforme recomendação médica. "Com o diagnóstico de lesões iniciais, é possível realizar o tratamento cirúrgico conservador associado a reparação do defeito que permitem hoje excelentes resultados estéticos, reduz a indicação de quimioterapia do índice de mortalidade pelo câncer de mama", destaca o especialista.

No caso de mulheres com histórico familiar de câncer de mama, o mastologista indica cuidados especiais e exames realizados com uma idade inferior à do diagnóstico familiar.

Ecografia - Dr. Budel explica que, em algumas situações, a ecografia é associada para avaliação da mama, como no caso de mulheres jovens e de grávidas. É também um excelente complemento da mamografia em situações de mamas densas, muitas vezes detecta pequenas lesões que podem estar ocultas na mamografia.

Sinais e sintomas - A maioria dos casos iniciais não apresenta alterações e nem sintomas, então o melhor é não deixar a consulta para depois. Ainda assim, alguns sintomas comuns são: modificação da cor da pele, abaulamentos, retrações ou feridas no mamilo, edema da pele que mostra aspecto em casca de laranja. Derrames papilares ou secreção pelo mamilo, principalmente se for sanguinolenta ou clara.

"Com a 'autopalpação' podem ser detectados pequenos nódulos nas mamas ou nas axilas , que devem ser avaliados por especialistas para diferenciar lesões benignas de malignas", ressalta o médico.

Tratamento - Deve ser iniciado o mais cedo possível, após ampla discussão com a paciente sobre o tratamento a ser adotado, além dos riscos e as vantagens de cada modalidade para que a decisão seja compartilhada. "É importante destacar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado apresentam alto índice de possibilidade de cura", explica o especialista.

Em casos de mastectomia profilática (retirada da glândula mamaria para casos de alto risco) o tratamento deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar que inclui o cirurgião, patologista, radioterapeuta, oncologista clínico, cirurgião plástico, geneticista, além de um psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta. "Atualmente, contamos com diversas opções de reconstrução da mama e o resultado é satisfatório", conclui Budel.

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