sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Céu Vermelho e Cia do Abração apresentam PELAS MÃOS DE MARIA OU AS VOZES DE SIMONE





Estreia dia 25/11, às 20h, na Sala Simone Pontes, na sede da Cia. do Abração, o espetáculo PELAS MÃOS DE MARIA OU AS VOZES DE SIMONE, da Céu Vermelho Produções. O início da temporada aberta ao público acontece justamente no Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.

O espetáculo narra uma passagem fictícia, em plena ditadura militar, nos anos 70, numa pequena cidade do interior brasileiro, onde algumas mulheres recebem uma estranha encomenda do quartel militar: costurar e bordar uma bandeira brasileira para ser exibida na parada do dia seguinte. São mulheres simples. A encomenda tem caráter de urgência e elas têm apenas uma madrugada para executar o serviço. A bandeira deverá ser entregue logo pela manhã do dia seguinte.

O texto original e inédito, elaborado através do processo de criação coletiva, em uma parceria artística com a diretora Letícia Guimarães e o diretor e dramaturgo Edson Bueno. Traz à tona a reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, as diferentes formas de participação na história, assim como opressões vividas e um resgate da memória daquelas que se sacrificaram por direitos igualitários e humanos.

A obra é ambientada no interior do Brasil dos anos 70, em plena ditadura. Questionamentos sobre a liberdade, o senso de justiça, o conservadorismo, e o patriotismo estão presentes neste universo, onde em apenas uma noite, a representação de um país é traçado pelas mãos de três mulheres, num lugar onde todos são Maria/Simone.

O fio condutor é estabelecido pelo coser de uma “bandeira”, por três mulheres, como elemento de ligação e mediação das representações simbólicas, focado numa discussão dos fundamentos das relações sociais e de gênero na contemporaneidade. É dizer das trocas realizadas no âmbito das instituições públicas e privadas da vida social. Assim, a história busca abordar o imaginário coletivo humano, as contradições manifestadas no coser da bandeira, simbolizando um território de pertencimento/despertencimento comum e contraditório, mediado e interligado pelo coser daquelas mãos de Maria e entoados pelas vozes de Simone. A mulher comum, a mulher do povo, representada pelas mãos de Maria e a mulher que grita e se coloca, representada pelas vozes de Simone.

Passo a passo, aquelas mulheres, ao desfilarem suas contradições e conflitos, cosem também suas personalidades e a bandeira vai deixando de ser apenas um pedaço de pano, para significar algo além da Pátria desconhecida em seu íntimo: os sonhos, as frustrações, a ignorância, o amor, os preconceitos e as expectativas que envolvem a vida daquelas mulheres. Sentimentos escondidos e disfarçados vêm à tona e daquela madrugada de trabalho outras mulheres vão nascer. Uma madrugada de transformações e só as mais fortes e abertas sobreviverão. Ponto a ponto buscam novos significados para suas vidas. Não serão poucas as perguntas, nem serão simples as respostas, mas a bandeira tem que estar pronta no início da manhã e, de repente, tudo o que era acomodação se transforma em urgência. Urgência de terminar o trabalho encomendado, urgência em descobrir-se, urgência em transformar-se, urgência em trazer à tona o escondido e misterioso.

Sem dúvida, uma madrugada mítica, psicológica, histórica. E como acontece em aventuras mitológicas, algumas sobreviverão e outras ficarão no caminho. Mas existe o caminho e este é a longa e curta madrugada onde uma bandeira do Brasil deverá ser cosida para servir de cortina que esconde a verdade e a realidade de um país sob o medo e a ignorância. Mulheres transformadoras e transformadas!

A temporada de apresentações iniciou no dia 8 de novembro, direcionadas a escolas públicas e permanece até dia 4 de dezembro, na Sala Simone Pontes, na sede da Cia. do Abração. As sessões abertas ao público acontecem de 25 de novembro a 4 de dezembro. com sessões todos os dias às 20h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Reservas pelos telefones: 41 3362-9438 e 41 3362-9595.



Céu Vermelho e Cia. do Abração

O espaço cultural da Cia. do Abração comemora neste ano 15 anos de atividades, junto a Céu Vermelho.



Equipe Técnica

Direção: Letícia Guimarães

Dramaturgia: Edson Bueno

Cenografia e Iluminação: Blas Torres

Figurinos: Aldice Lopes

Sonoplastia, composição e direção musical: Karla Izidro

Elenco: Juliana Cordeiro, Kamila Ferrazzi e Kassandra Speltri

Uma realização da Céu Vermelho, em parceria com a Cia. do Abração

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