quarta-feira, 17 de maio de 2017

Washington Silvera lança livro com obras que relacionam arte e gastronomia



Com evento beneficente de lançamento no Centro Europeu, “Kitchen Dub Experience” reúne objetos, fotografia e experimentos que têm o alimento como inspiração. Venda do livro será revertida para Instituto TMO.

O artista plástico e chef de cozinha Washington Silvera é o idealizador um jantar-performance denominado Kitchen Dub Experience, com 10 edições realizadas em São Paulo e Curitiba. Este projeto foi documentado no livro de mesmo nome, que terá seu lançamento em Curitiba em 31 de maio (quarta-feira), às 19h30, no Centro Europeu – Mansão Europa. O livro, com preço promocional de R$ 70,00, terá renda revertida integralmente ao Instituto TMO, que apoia centros de transplante de medula óssea. Fundado em 1998, o Instituto vem apoiando diversos projetos inovadores em benefício da causa, como ações beneficentes, jornadas e encontros nacionais, lançamentos de campanhas solidárias e muito mais.

O evento terá coquetel, sessão de autógrafos, música ambiente e exposição de obras de arte feitas por Washington Silvera, que também estarão à venda, com parte da renda destinada ao instituto. O artista transita com a mesma desenvoltura pelo espaço do ateliê e da cozinha. Melhor ainda se está em seu ateliê-cozinha, onde desconstrói os mais diversos objetos, incluindo ingredientes e utensílios culinários, dando-lhes uma aparência insólita. Dali saem obras e experimentos que relacionam arte e gastronomia como, por exemplo, um sabonete comestível que se revela uma deliciosa bavaroise de coco e cupuaçu com espuma de limão.

Como é realizado o projeto Kitchen Dub Experience
Washington iniciou o projeto KDE em 2012, numa ação paralela ao evento SP-Arte, com o objetivo de promover o encontro entre público e artista em ação. Em uma cozinha profissional montada especialmente para o evento, o espectador vê-se envolvido em uma experiência ao vivo intensamente sinestésica, da qual participam outros artistas convidados: sente os cheiros dos alimentos, ouve os ruídos das panelas chiando, ampliados e transformados em base sonora para a trilha musical improvisada, e vê imagens da montagem dos pratos, captadas e editadas ao vivo. Ao fim da encenação, é chegada a hora de exercitar o paladar com a degustação das refeições.

Desde então, o processo poético da construção do KDE foi agregando novos elementos e desafios como, por exemplo, um terrário feito de plantas comestíveis e o Alfabeto Aromático, um conjunto de frascos com 56 odores de temperos (cascas, sementes e folhas) que proporcionam uma série de experiências olfativas.


Investigação
“A pesquisa artística de Washington tem gravitado por questões poéticas ligadas a espacialidade, constituição de lugares de encontro e discussão, música, matérias, gravidade, imagem, jogos de linguagem e literatura, entre outras. Parcela importante de sua pesquisa está ligada às linguagens do vídeo, da fotografia e da tridimensionalidade”, conta o pesquisador de arte Paulo Reis em texto de apresentação do livro de 192 páginas. Ele lembra que as propostas estéticas do artista, iniciadas em 1990, já tinham como um de seus eixos geradores a colaboração com outros artistas e a participação do espectador.

Paulo Reis também enfatiza o extenso trabalho de investigação realizado por Washington Silvera para a realização do KDE, a partir de um posicionamento crítico em relação à produção de alimentos. “Há uma pesquisa minuciosa entre pequenos produtores agrícolas e os variados temperos, plantados em seu jardim-ateliê, são também uma de suas bases de preparo”, escreve.

Uma expedição à baía da Babitonga, no litoral catarinense, fez com que Silvera agregasse produtos locais ao seu projeto, entre eles, uma pescada-amarela de quatro quilos que comprou de um pescador que se tornaria uma das estrelas do cardápio: o tiradito de pescada-amarela com molho de tangerina, cuja apresentação remete diretamente à imagem do peixe ainda fresco, no mar.

Trajetória
Washington Silvera nasceu em Curitiba, Paraná, em 1969. É artista plástico, chef de cozinha e professor de gastronomia. Dentre as exposições individuais que realizou, estão: Inventário, no Museu Municipal de Arte – MuMa (2014); O que dizem as coisas, no Museu Afro Brasil, em São Paulo (2012); Galeria Abierta, na Plaza Joan Miró, em Barcelona, Espanha (2008); Consciência Expandida, no Memorial de Curitiba (2007); Esculturas, no Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Curitiba (1996).

Representado pela Ybakatu Espaço de Arte, de Curitiba, participou das feiras ARCO Madrid, na Espanha, de 2012 a 2014, e SP Arte, em São Paulo, de 2011 a 2014. Algumas de suas obras fazem parte de coleções particulares e instituições como o Museo de la Solidaridad da Fundación Salvador Allende em Santiago do Chile, Museu Afro Brasil em São Paulo e Ole Faarup Collection em Copenhagen.

Em abril deste ano, o livro Kitchen Dub Experience foi lançado em São Paulo, durante abertura da exposição individual Canibal Vegetal, na Galeria Tato, que reúne instalações, fotografias, objetos e esculturas da série homônima, produzida em 2016.

Evento beneficente
“Sempre promovemos e participamos de ações de cunho social desde o surgimento do Centro Europeu, que tem eu seu DNA trabalhar com cultura, criatividade, educação, de forma a estimular ideias”, comenta José Ost, presidente executivo do Centro Europeu, que apoia o evento juntamente com Galeria Ybakatu, Malu Meyer, Águas Ouro Fino e Porto a Porto.

O livro, viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura / Fundação Cultural de Curitiba, com o incentivo do Grupo Positivo, será vendido no local ao preço promocional de R$ 70, com renda revertida integralmente ao Instituto TMO.

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